Nos últimos anos, o uso de medicamentos para emagrecimento, como semaglutida e liraglutida, tem sido amplamente discutido entre médicos e pacientes em busca de um suporte eficaz para a perda de peso. Ambos os fármacos foram inicialmente desenvolvidos para o tratamento do diabetes tipo 2, pois regulam a glicemia e oferecem efeitos de redução do apetite. No entanto, estudos recentes mostram que eles também promovem uma perda significativa de peso, especialmente em pessoas com obesidade ou sobrepeso.
A semaglutida, por exemplo, age simulando um hormônio chamado GLP-1 (glucagon-like peptide-1), que regula o apetite e promove sensação de saciedade após a refeição. Em um estudo publicado no New England Journal of Medicine, pacientes que usaram o medicamento por 68 semanas perderam, em média, entre 10 a 15% do peso corporal total, resultados significativamente superiores aos métodos tradicionais baseados apenas na dieta e no exercício físico.
Efeitos Colaterais e Cuidados Essenciais
Embora promissores, os medicamentos não são isentos de efeitos colaterais. Sintomas como náuseas, vômitos, diarreia e desconforto abdominal são comuns no início do tratamento. Em casos mais raros, alguns pacientes podem apresentar pancreatite, problemas renais e até distúrbios de humor. Assim, o uso desses medicamentos exige monitoramento constante por um médico, que deve ajustar as doses e orientar o paciente ao longo do processo.
A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) recomenda o uso desses medicamentos somente para pessoas com IMC (Índice de Massa Corporal) acima de 30, ou para quem apresenta problemas de saúde associados ao sobrepeso, como diabetes, hipertensão e apneia do sono. Esses critérios evitam o uso indiscriminado e buscam garantir que o tratamento seja direcionado aos casos em que o benefício justifica os possíveis riscos.
A Importância de um Plano Integrado de Emagrecimento
É fundamental entender que o medicamento é apenas um recurso auxiliar no processo de perda de peso. Nutricionistas e endocrinologistas alertam que, para que o tratamento seja eficaz, ele deve ser combinado a um plano de reeducação alimentar e a uma rotina de exercícios físicos. A prática regular de atividades, como caminhada, musculação ou aulas de alta intensidade, contribui para a manutenção da massa magra e evita o famoso efeito “sanfona” após a interrupção do medicamento.
Além disso, é essencial que o paciente receba orientações psicológicas para lidar com as mudanças corporais e emocionais que o processo de emagrecimento traz. Muitos centros de saúde e clínicas de emagrecimento oferecem apoio multidisciplinar, que inclui acompanhamento nutricional, psicológico e físico, garantindo uma abordagem completa e segura para o paciente.